Já faz mais de um mês vóvó. Só fechei os meus olhos por uns segundos e tu fugis-te. Foste embora sem dizer "adeus" e sem ouvir o meu "fica". Confesso que todas as noites, quando deito a cabeça na almofada, me dá uma saudade irracional tua. Dá vontade de correr para os teus braços e sentir de novo o teu coração. A saudade bateu á porta, entrou, puxou uma cadeira, sentou e permaneceu. 
Tenho uma pergunta: porque somos predestinados a perder as pessoas que amamos? 
Hoje deverias estar aqui ao meu lado, a rir e a chatear-me a cabeça para largar o computador e dar-te atenção. Hoje quero-te dar toda a atenção do mundo, agarrar-te, falar de tudo o que se tem passado e como tu fazes falta nesta casa, nesta família. 
Espero que estejas num sitíu muito melhor, que consigas descansar em paz e olhar por nós. Um dia iremos poder novamente reviver momentos, não irá faltar muito, o tempo passa rápido demais e a gente nem dá por isso.  
Vejo a tua imagem em cada estrela que ilumina a noite, em cada canto desta casa. Viveras eternamente, no meu coração e em todos os outros que tu entras-te e marcas-te com esse teu jeitinho. 
 Perdi-te, e digo: sei a onde te perdi – e não tenho coragem de voltar pra buscar, porque sei que não vais voltar. Eu perdi muito tempo a acreditar que te tinha perdido. Eu perdi as palavras. Não dá pra falar de como está a custar te ter perdido. Eu perdi o sono. Eu perdi a razão, perdi a vergonha, perdi o meu isqueiro, perdi a minha coragem. 


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